quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Pais e professores de alunos autistas fazem ato em Brasília

Crianças com autismo não fazem aulas de música, teatro e natação.
Para entidade, falta de profissionais e diagnóstico tardio dificultam tratamento.


Pais e professores da Escola Classe 111 Sul, em Brasília, fizeram uma manifestação na manhã desta terça-feira (2) para reclamar da falta de professores e monitores para atender estudantes com autismo. Eles dizem que os alunos ficam excluídos do atendimento na Escola Parque. O protesto aconteceu no Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
Fachada da Escola Classe 111, em Brasília (Foto: Luciana Amaral/G1)Fachada da Escola Classe 111, em Brasília (Foto: Luciana Amaral/G1)
No colégio há seis alunos autistas que têm aulas em separado dos demais estudantes. Uma vez por semana todos as crianças, com exceção dos autistas, vão para a escola parque 308 Sul para aulas de música, teatro e natação.

Para a diretora da escola classe 111 Sul, Juciane Melo, é preciso investir na capacitação. "A regional de ensino está dando aulas para a gente a cada 15 dias, só que é a escola que tem que ir atrás", afirma.O diretor da 308 Sul, Paulo César Lima, alega que faltam profissionais qualificados para atender a todas as crianças com necessidades especiais. "Chega a ser uma questão de segurança. Pode acontecer um acidente pela falta de gente e eles podem até ter um retrocesso na aprendizagem. Teríamos de ter pelo menos o dobro de gente que temos hoje", disse.
A Secretaria de Educação informou que no dia 28 de março foram nomeados cem monitores para atuação nas escolas públicas do DF, que estão em processo para tomar posse e que “está promovendo gestões junto a Secretaria de Administração Pública e área financeira do governo para a contratação de mais profissionais”.
“Cabe esclarecer que todas as escolas públicas são inclusivas e recebem alunos com autismo, entretanto, dependendo do grau de comprometimento, o estudante poderá ser atendido por uma escola especial”, informou ainda a secretaria, por e-mail.
Apesar de algumas limitações sociais e linguísticas, eles têm um potencial extraordinário"
Evellyn Diniz, diretora do Movimento Orgulho Autista Brasil
A secretaria diz que há atualmente 834 alunos diagnosticados com autismo na rede pública de ensino e afirma que “os professores que atuam com esses alunos têm formação na área de atendimento aos autistas”.
1 caso em cada 50 crianças
Dados da Autism Society (ASA) apontam que uma em cada 50 crianças dos Estados Unidos são diagnosticadas com autismo.


Segundo a diretora de eventos do Movimento Orgulho Autista Brasil, Adriana Alves, o transtorno é mais prevalente na população que câncer, Aids e diabetes juntos e pelo menos três vezes mais comum que a síndrome de Down.
Mãe de um adolescente com autismo, Adriana diz acreditar que pouco se tem feito no Brasil para preparar essas pessoas para o futuro. "[Entendo que] ignorar as estatísticas, principalmente as americanas, é protelar um enorme problema social e de saúde pública que, muito em breve, atingirá uma parcela muito significativa da população, tanto brasileira quanto mundial."
Alunos da Escola Classe 45, de Ceilândia, que participaram de sessão solena na Câmara Legislativa graças a transporte fornecido pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Raquel Morais/G1)Alunos da Escola Classe 45, de Ceilândia, que participaram de sessão solena na Câmara Legislativa graças a transporte fornecido pelo Corpo de Bombeiros (Foto: Raquel Morais/G1)
Para outra diretora da entidade, Evellyn Diniz, a falta de profissionais capacitados e o diagnóstico tardio dificultam o tratamento das crianças autistas. "O ideal é fazê-lo a partir dos 2 anos. Tem caso que dá para ver até em bebês. Apesar de algumas limitações sociais e linguísticas, eles têm um potencial extraordinário."
Sessão solene

Também nesta terça, a Câmara Legislativa realiza uma sessão solene em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O evento vai contar com a participação de representantes do governo local, da sociedade civil organizada, parlamentares e pais e outros defensores dos autistas.

Disponível em :http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/04/pais-e-professores-de-alunos-autistas-fazem-ato-em-brasilia.html


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